Quando se fala em dança , a imagem das mulheres é automaticamente associada e quando o assunto é 'homens que dançam', é fácil estabelecer confusões entre sexo, gênero e sexualidade. Porém, o fato curioso é que investigando a História da Dança percebe-se que as origens desta manifestação humana foram construídas pelo poder do homem. As mulheres vieram para acrescentar beleza e feminilidade. Ninette de Valois, fundadora do Royal Balletde Londres ressalta esta questão afirmando que “ A história da dança é a história de homens dançarinos e homens coreógrafos. Não tem nada feito por mulheres, exceto em papel secundário” . Esta dominação por exemplo, podia ser percebida nas sociedades primitivas. Nelas as danças eram divididas entre masculinas e femininas, sendo as primeiras mais numerosas que as últimas. As danças de caráter masculino eram sempre associadas com caça, guerra, força , conquista, poder e dominação, enquanto as femininas ligam-se à fecundidade , fertilidade, afazeres domésticos , festejo de núpcias, sedução e parto. Homens e mulheres deveriam estar cada qual “no seu lugar”, ou seja, havia uma divisão clara daquilo que um e o outro poderiam fazer em termos de dança. E o ato “transgressor” de gênero era passível de morte para quem o praticasse. Outro exemplo são as danças de salão, nas quais o homem também impõe sua condição dominante. É ele o responsável pela condução da dama, que deve literalmente acompanhar seus passos. No balé, esta dominação não se mostrou diferente. O próprio inventor desta arte era uma figura masculina: O Rei Absolutista Francês Luís XIV. Foi somente no século XVIII, com o apogeu do Romantismo que as mulheres se tornariam o elemento principal e predominante na dança. E é a partir daí que o estigma da supremacia feminina nasce e cresce. Entretanto, a Contemporaneidade traz à luz do palco, o resgate do masculino neste universo de sensibilidade e magia. Afinal, homens ocupando lugares de destaque no cenário da dança nunca foi algo incomum. Sejam como bailarinos, coreógrafos ou pensadores ,eles sempre estiveram ali.
Por: Evelyn Tosta
Post: Samuel Augusto
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